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Lipedema: perda de peso é a terapia, mas não diminui inflamação das coxas 2h4z4k

Emagrecimento não é suficiente para reduzir a inflamação ou fibrose do tecido adiposo 49464y

10 jun 2025 - 06h41
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Resumo
A perda de peso é considerada tratamento inicial para o lipedema, mas não reduz inflamação ou fibrose, exigindo abordagens multidisciplinares, com destaque para dieta, exercícios e, em alguns casos, cirurgia.
Lipedema: perda de peso é a terapia, mas não diminui inflamação das coxas:

O lipedema vem ganhando repercussão mundial e, por isso, é comum que muitos estudos examinem as terapias disponíveis para tratar a doença caracterizada pelo acúmulo desproporcional de tecido adiposo nas pernas. Agora, um novo estudo da edição de março do Diabetes Journal, da American Diabetes Association, mostrou que a perda de peso é a terapia de primeira linha para o tratamento, mas ainda assim apresenta efeito limitado nas dores e inflamações.  51l4i

“No lipedema, ocorre aumento acentuado no tecido adiposo subcutâneo da parte inferior do corpo que tem inflamação e fibrose aumentadas, circulação microvascular e linfática prejudicada, problemas que são resistentes mesmo com a perda de peso. Em alguns casos, indicamos o tratamento cirúrgico, que deve sempre ser acompanhado do tratamento clínico, conservador, com base em quatro pilares: dieta anti-inflamatória, atividade física específica para lipedema, terapia física complexa e protocolos medicamentosos específicos para a doença”, explica Heloise Manfrim, cirurgiã plástica membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SB), autora do livro “Lipedema: uma abordagem além da superfície”, e membro da Associação Brasileira de Lipedema (ABL).

No estudo, os pesquisadores avaliaram a composição corporal, a sensibilidade à insulina, a saúde metabólica e a biologia do tecido adiposo em mulheres com obesidade e lipedema antes e depois da perda de peso moderada (aproximadamente 9% de redução de peso) induzida por dieta. 

“No início do estudo, pessoas com obesidade e lipedema tinham aproximadamente 23% de massa de gordura nas pernas a mais, 48% mais sensibilidade à insulina do que mulheres pareadas em idade, IMC e adiposidade corporal total. Além disso, em mulheres com obesidade e lipedema, o conteúdo de macrófagos (células de defesa que participam da inflamação) e a expressão de genes envolvidos na inflamação e fibrose foram maiores”, explica a cirurgiã plástica.

Segundo o estudo, a perda de peso melhorou a sensibilidade à insulina e diminuiu a massa gorda total, com reduções relativas semelhantes nas massas de gordura abdominal e das pernas. “Apesar disso, não houve alterações nos marcadores de inflamação e fibrose. Esses resultados demonstram que o tecido adiposo afetado em mulheres com lipedema é caracterizado por aumento da inflamação e fibrogênese, e alterações na biologia linfática e vascular. A perda de peso moderada induzida pela dieta melhora a função metabólica e diminui a massa de tecido adiposo da parte inferior do corpo, mas precisamos lançar mão de outras estratégias”, completa Heloise.

O lipedema afeta predominantemente mulheres e surge principalmente nos membros inferiores, mas também pode acometer membros superiores e, em raros casos, áreas distintas como abdômen, face e axilas. 

“A doença, apesar de não ser rara e afetar mais de 12,3% das mulheres brasileiras, ainda é pouco conhecida, levando a falta de diagnóstico ou diagnósticos incorretos, o que atrasa o início do tratamento, aumenta a progressão da doença e, consequentemente, faz com que a paciente sofra física e emocionalmente”, diz a médica. “O estudo concluiu que a perda de peso deve ser a terapia de primeira linha para mulheres com obesidade e lipedema. A doença é interdisciplinar e seu tratamento envolve cirurgião plástico, endocrinologistas, nutricionistas e cirurgiões vasculares."

No caso da cirurgia plástica, a especialista explica que a lipoaspiração ganha cada vez mais espaço, inclusive para impedir a progressão da doença. “A cirurgia é indicada quando a paciente já fez o tratamento clínico por mais de seis meses e não apresentou melhora, ou quando a doença se encontra em estágios iniciais com muita queixa de dor (quando vemos os melhores resultados da cirurgia), ou ainda quando a paciente tem uma queixa estética muito mais importante do que a queixa funcional. Nesses casos, a cirurgia é indicada, sendo que o cirurgião plástico é o especialista mais habilitado para a realização do procedimento”, diz Heloise. 

“O tratamento com lipoaspiração é especialmente interessante para aliviar as dores causadas pelo lipedema. Além disso, é claro, a cirurgia também diminui a largura dos membros afetados. A técnica utilizada vai variar de acordo com cada caso. Por exemplo, quando a retirada da gordura tem altas chances de resultar em flacidez, podemos realizar a lipoaspiração com plasma, que aquece e provoca uma retração na pele, o que diminui a flacidez do tecido”, completa a cirurgiã.

Segundo Heloise, antes e após a lipoaspiração, é necessário incluir bons hábitos em sua rotina, como praticar exercícios físicos regularmente, ingerir pelo menos dois litros de água por dia e manter uma alimentação balanceada, consumindo uma grande quantidade de frutas, legumes e verduras e evitando alimentos processados e ricos em gordura, sódio e açúcar. A médica ressalta que o lipedema é uma característica constitucional que pode ser modificada com atividade física, alimentação adequada, medicação e, em alguns casos, meias de compressão. “Além disso, é essencial o tratamento de outras patologias associadas, como varizes e pressão alta, para evitar complicações”, destaca.

Por fim, a cirurgiã plástica ressalta que o lipedema é de difícil diagnóstico, sendo constantemente confundido com obesidade, pois não existem exames específicos para identificação da doença. “Cabe então ao médico durante a consulta de avaliação diagnosticar o lipedema corretamente por meio dos sinais clínicos, recomendando assim o tratamento mais adequado para cada caso”, finaliza Heloise Manfrim.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Como, agência de conteúdo e conexão.

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