Equipe de UTI leva fã diagnosticada com doença rara para curtir show ao vivo
De acordo com os familiares de Tatiane Barros, de 45 anos, essa foi a primeira vez em mais de 100 dias que ela deixou o hospital
Internada há 168 dias com uma doença rara, Tatiane Barros foi levada pela equipe de UTI do Hospital Star a um show de pagode ao vivo, proporcionando um momento de alegria e humanização que emocionou familiares e profissionais.
Internada há 168 dias, Tatiane Barros, de 45 anos, recebeu uma surpresa no último domingo, 8. A equipe de UTI Adulto do Hospital DF Star, da Rede D’Or, em Brasília, conseguiu levá-la para curtir um show de pagode, gênero musical preferido da paciente.
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Barros foi diagnosticada com Porfiria, uma doença genética rara, após uma cirurgia bariátrica. De acordo com Antônio Aurélio Fagundes Júnior, coordenador-geral da UTI-Geral da unidade, a condição afeta o metabolismo do heme — uma porção de hemoglobina (células vermelhas) — causando um acúmulo de toxinas no organismo, gerando uma neurotoxicidade que pode levar a um quadro de tetraplegia, que é a condição de Tatiane.
Na tentativa de recuperar o quadro, a coordenadora de RH está hospitalizada desde 22 de dezembro. Como parte do processo de humanização do tratamento de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há um longo período, a equipe colocou em prática uma ação interna chamada “O Que Importa Pra Você”.
“Ela é apaixonada por pagode, então, a gente fez uma festa de aniversário pra ela, trazendo um grupo de pagode para o hospital para cantar para ela. Também trouxemos o cachorrinho dela para poder ar aí um período do dia aí com ela. Com todos os protocolos de segurança cumpridos. E agora, por meses, a gente planejou essa [nova] ação, que era realmente um desejo dela”, conta Fagundes.
Para que o momento desse certo, a equipe identificou um local aberto, para que ela não tivesse riscos de transmissão de infecções ou contaminação. Com apoio da equipe do proprietário do espaço, foi montada uma infraestrutura com ambulância, oxigênio, energia elétrica, ventiladores de e.
“A gente literalmente montou uma UTI no pagode e foi uma noite memorável para ela e para todos nós. Pudemos viver essa experiência junto com ela e realizar esse desejo dela”, celebrou o profissional.
O show aconteceu no Parque da Cidade. Além da equipe médica, os familiares e amigos de Tatiane também puderam vivenciar a experiência junto com ela. Ela foi ovacionada pela banda e pelo público e cantou as músicas. Veja:
“Para nós da família, isso que aconteceu aqueceu nossos corações, pois ela veio de uma semana bem difícil e ver a alegria dela é extraordinário. Ela renovou as energias, pois estava desmotivada. Ela só sabe agradecer por esse momento. Foi tudo perfeito”, disse a irmã de Tatiane, Andreia Soares, em entrevista ao Terra.
Segundo ela, Tatiane é uma pagodeira nata e, quando soube que poderia ir ao show, ficou radiante. “Foi o próprio médico quem deu a notícia. [...] Era só sorriso. Quando entrava alguém no leito, ela já contava a novidade”, contou.
“Esse tipo de ação ajuda muito na recuperação do paciente, tanto do ponto de vista psicológico, dá uma energia pra ela continuar aí, nessa luta pela vida, quanto do ponto de vista imunológico, em que você fica menos suscetível a infecções. Então, a alegria, a diversão, aliviar momentos de estresse e tensão e foi isso que a gente quis proporcionar pra ela. É terapêutico em diversos aspectos. A gente não tem dúvida que isso vai ajudar na recuperação dela como um todo”, diz o médico.
Apoio nos custos
A família de Tatiane criou uma vaquinha virtual para arrecadar fundos para continuar o tratamento dela. De acordo com Andréia, a irmã possui um plano de saúde, no entanto, alguns exames não são cobertos.
“Ela está afastada do trabalho, então, a ajuda é para pagar o plano, arcar com fraldas, órtese, próteses e itens pessoais dela. Estamos precisando e isso tudo está sendo muito caro”, conta Soares.
Para ajudar, a família divulga o PIX: (61) 99251-0187, em nome de Tatiane Barros. Ainda segundo ela, não há uma meta de valores, pois ainda não há previsão de alta.
