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Cristina Kirchner presa: Corte Suprema confirma que ex-presidente argentina ficará em prisão domiciliar e inelegível 3q5446

A Corte Suprema argentina confirmou nesta terça-feira (10/06) duas condenações anteriores da ex-presidente por istração fraudulenta no chamado 'Caso Vialidad'. 6u1c5k

10 jun 2025 - 19h07
(atualizado às 20h26)
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Cristina Kirchner não poderá mais concorrer nas próximas eleições legislativas, como planejado, e será colocada em prisão domiciliar
Cristina Kirchner não poderá mais concorrer nas próximas eleições legislativas, como planejado, e será colocada em prisão domiciliar
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A Corte Suprema de Justiça da Argentina manteve nesta terça-feira (10/06) a pena de seis anos de prisão contra a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner por istração fraudulenta com prejuízo ao Estado. 3h6q1y

Além disso, Kirchner segue impedida de exercer cargos públicos, de forma perpétua.

Kirchner tem direito à prisão domiciliar devido à sua idade, 72 anos.

Ela foi acusada de favorecer projetos rodoviários multimilionários a um sócio e suposto testa de ferro durante seus dois mandatos presidenciais, entre 2007 e 2015.

A Corte rejeitou o pedido do Ministério Público para dobrar a pena para 12 anos de prisão e acrescentar o crime de associação criminosa.

Há alguns dias, a ex-presidente, que também foi vice-presidente durante o mandato de Alberto Fernández (2019-2023), anunciou que se candidataria a deputada nas próximas eleições legislativas na Província de Buenos Aires, em setembro.

No entanto, a confirmação de sua condenação pelo mais alto tribunal do país significa que ela não poderá mais se candidatar.

Kirchner, uma figura altamente controversa na Argentina, é atualmente a presidente do Partido Justicialista (PJ) — nome oficial do peronismo, principal força de oposição ao governo do economista libertário Javier Milei.

A ex-presidente ouviu a decisão do tribunal na sede do PJ, acompanhada por parlamentares e líderes de seu partido.

Ativistas peronistas bloquearam as principais vias de o à cidade de Buenos Aires antes do anúncio.

A ex-presidente, que nega as acusações, denunciou ser vítima de lawfare — uma perseguição política, midiática e judicial orquestrada por rivais políticos.

Mais detalhes sobre 'caso Vialidad' 1y396i

A ex-presidente foi condenada no chamado "Caso Vialidad", no qual foi acusada de conduta ilícita ao comandar projetos de obras públicas na província patagônica de Santa Cruz — reduto dos Kirchner onde seu falecido marido, Néstor Kirchner, governou por mais de uma década antes de se tornar presidente, e onde ela ainda mora.

De acordo com o Ministério Público, dias antes da posse de Néstor em 2003, os Kirchner criaram uma construtora chamada Austral Construcciones.

Posteriormente, essa empresa conseguiu contratos para a maioria dos projetos rodoviários em Santa Cruz.

Durante os 12 anos em que os Kirchner governaram o país, a Austral Construcciones recebeu licitações para construir 51 projetos — 79% dos projetos naquela província patagônica.

A Justiça argentina avaliou que Cristina e Néstor Kirchner organizaram uma 'cartelização' de obras públicas no reduto do casal, Santa Cruz
A Justiça argentina avaliou que Cristina e Néstor Kirchner organizaram uma 'cartelização' de obras públicas no reduto do casal, Santa Cruz
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Apenas duas obras foram concluídas no prazo, e metade nunca foi concluída.

Além disso, os promotores indicaram que a empresa recebeu milhões em superfaturamento — estimando que o "cartel organizado" do governo prejudicou o Estado em mais de US$ 1 bilhão.

De acordo com a acusação, os Kirchner nomearam um sócio e amigo da família para liderar a construtora.

Ele atuou como testa de ferro: Lázaro Báez, ex-gerente do Banco de Santa Cruz que, segundo o Ministério Público, não tinha experiência no setor de construção.

Báez também foi condenado neste caso, juntamente com outros sete ex-funcionários kirchneristas, incluindo o ex-secretário de Obras Públicas José López, que já estava preso por outras acusações de corrupção após ser flagrado jogando sacos cheios de dólares em um convento em 2016.

O que diz a ex-presidente 642v4w

O principal argumento da defesa da ex-presidente foi a de que o Ministério Público não apresentou nenhuma prova, seja documento ou mensagem, que vinculasse diretamente Cristina Kirchner ao favorecimento de obras a Lázaro Báez.

"Entre a Presidência da Nação e as obras denunciadas, existem doze órgãos istrativos provinciais e nacionais", disse a própria ex-presidente na rede social X (então Twitter) quando foi condenada em primeira instância, em dezembro de 2022.

Kirchner defendeu que um chefe de Estado não pode ser responsabilizado pela forma como as licitações públicas são conduzidas.

"Quem executa o orçamento é o Chefe de Gabinete, não o Presidente da Nação", afirmou, acrescentando ironicamente que a Justiça deveria ter julgado o primeiro chefe de gabinete de Kirchner entre 2003 e 2008: Alberto Fernández, com quem ela teve uma relação amarga quando governaram juntos, antes do mandato de Milei.

A ex-presidente destacou ainda que o Congresso aprovou esses investimentos em obras públicas ao aprovar a lei orçamentária, inclusive com alguns votos da oposição.

A defesa também sustentou que a Suprema Corte não tem autoridade para julgar como um governo democraticamente eleito distribui o investimento público.

No entanto, em novembro de 2024, o Tribunal Federal de Cassação Criminal confirmou a condenação de Kirchner.

Essa decisão, com a ratificação nesta terça-feira da Corte Suprema — a última instância judicial à qual ela poderia recorrer —, agora é definitiva

'Presa ou morta' 2d373z

Momento em que tentaram atirar na então vice-presidente, em 2022
Momento em que tentaram atirar na então vice-presidente, em 2022
Foto: Reuters / BBC News Brasil

No último domingo (08), durante um evento de campanha eleitoral e em meio a notícias de que o tribunal estava prestes a anunciar sua decisão, Kirchner reiterou sua alegação de que sofre perseguição política.

"Querem que eu seja presa ou morta, mas o que jamais conseguirão impedir é o retorno do povo", afirmou.

Ao falar em morte, Kirchner se referia a 1º de setembro de 2022 — quando, três meses antes de receber a primeira condenação no "caso Validad", foi vítima de uma tentativa de assassinato.

Embora um homem tenha disparado uma arma a centímetros de seu rosto, a então vice-presidente não se feriu porque a pistola, que estava carregada, não funcionou, segundo investigadores.

O autor do disparo, Fernando Sabag Montiel, é acusado de tentativa de homicídio qualificado, com pena de 8 a 17 anos.

Kirchner, que anunciou em entrevista na semana ada que concorreria a deputada na Assembleia Legislativa da província de Buenos Aires — o reduto eleitoral do peronismo —, tem se mostrado desafiadora.

"Tudo isso com editoriais dizendo 'ela está acabada, encurralada'. Se eu sou assim, por que não me deixam competir e ser derrotada politicamente?", questionou.

"Vamos lá, vejam como eu tremo."

Na segunda-feira (09), em um comício peronista, a ex-presidente se referiu a si mesma como "uma carrasca viva".

Ela também denunciou uma série de supostos atos de corrupção durante o governo Mauricio Macri e disse que, como ninguém foi preso por esses casos, nem por colocar o país em dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para ela estar presa seria "um atestado de dignidade".

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