Bolsonaro convoca apoiadores a assistir interrogatório a Moraes, mas diz que 'não vai lacrar' no STF 6693k
Os réus do 'primeiro núcleo', grupo de oito acusados de tentativa de golpe de Estado, vão depor a partir de segunda-feira, 9, ao ministro r60d
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou os apoiadores a assistirem o depoimento que ele vai prestar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na próxima semana. Ele afirmou que "valerá a pena" assistir e que "não vai lacrar" diante do ministro. 2e5010
A declaração foi dada nesta sexta-feira, 6, na abertura do Encontro Nacional de Mandatárias do PL Mulher, setorial feminino do Partido Liberal presidido pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ele deixou o evento após ao discurso e se dirigiu ao aeroporto de Brasília para viajar a São Paulo, onde deverá se encontrar com os advogados para discutir a estratégia de defesa.
"O que aconteceu em 2022, com toda a certeza, será falado por mim quando ao vivo estiver no Supremo, os cinco ministros na minha frente, e cobrando. Vale a pena assistir. Conto com a audiência de vocês. Não vou lá para lacrar, para desafiar quem quer que seja", discursou Bolsonaro.
Moraes agendou para a iniciar a partir da próxima segunda-feira, 9, o interrogatório dos réus do "primeiro núcleo", grupo composto por oito pessoas acusadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. Um deles é Bolsonaro. As audiências com os réus estão previstas para durar até o dia 13.
Moraes disse nesta semana que o interrogatório poderá ser feito em outros dias da próxima semana caso seja insuficiente ouvir todos na segunda-feira. Bolsonaro, por exemplo, disse esperar que seja interrogado na terça ou na quarta. Ele é o sexto a ser interrogado, e deve ficar até sábado em São Paulo preparando o que deve relatar ao ministro.
"Eu parto agora para São Paulo. Um chamamento imprevisto, encontrar os advogados, até sábado. Para que nós possamos então melhor nos prepararmos para enfrentar desafios. Ninguém nos acuará. É hora da verdade. E ela se fará presente, no meu entender, para o bem desta nação", encerrou seu discurso Bolsonaro nesta sexta-feira.
Além de Bolsonaro, fazem parte desse grupo o general e ex-ministro Walter Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, o deputado federal Alexandre Ramagem(PL-RJ), o ex-chefe da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Mais cedo, Bolsonaro voltou a defender que a direita eleja 50% das cadeiras do Congresso para que tenham poder de "mudar o País". O ex-presidente sugeriu que o cenário lhe daria ainda mais poder que o Poder Executivo. "Nós mandaremos mais que o presidente da República, afirmou.
Durante sua apresentação, ele segurou um pedaço de papel em que constavam a Oração do Paraquedista de um lado, e, no verso, os nomes de alguns ministros do STF: André Mendonça, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. Não é possível identificar um dos rabiscos.
Realizado um dia após a Interpol ter incluído o nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em sua lista vermelha a pedido da Justiça brasileira, o evento do PL Mulher ignorou a situação da parlamentar.
Zambelli não foi mencionada em nenhuma das falas da abertura do evento. O perfil oficial do PL Mulher se limitou a publicar uma foto no Instagram, com um pedido de oração. Já a conta do partido nem sequer se manifestou. A deputada enfrenta um isolamento após se distanciar de Bolsonaro nos últimos anos.
Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão, em regime inicial fechado, e à perda do mandatopela invasão hacker aos sistemas doConselho Nacional de Justiça (CNJ). A deputada anunciou no dia 3 de junho que saiu do Brasil e que deve se estabelecer na Europa. O movimento fez com que ela fosse considerada foragida.
