Viola Davis em São Paulo: 'Eu não queria ir para o túmulo sem saber que eu era o amor da minha vida' 1y6h16
A atriz vencedora do EGOT (Emmy, Grammy, Oscar e Tony) esteve no VTEX Day, nesta terça-feira, 03 6l566l
Viola Davis participou do VTEX Day em São Paulo e compartilhou sua jornada de autodescoberta, superação de traumas e aceitação, destacando a importância de redefinir padrões, aprender com os fracassos e ser o "amor de sua própria vida".
"Eu sou corajosa. Eu sou amor. Eu sou professora." São essas as palavras que Viola Davis escolhe como espelhos de si. No entanto, para conseguir se ver nelas, foi preciso enfrentar uma longa jornada. 5cv52
"Talvez o momento mais assustador da minha vida tenha sido quando decidi começar a fazer terapia, aos 28 anos", confessou nesta terça-feira, 3. "Acho que a coisa mais assustadora que você pode fazer é aceitar a si mesma completamente."
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No VTEX Day, maior evento de comércio digital do mundo, em São Paulo, a atriz lembrou da infância marcada pela pobreza, pelo abuso e pela sensação constante de não pertencimento. Disse que se perguntava, há anos, por que não se sentia digna. A resposta veio aos poucos --e foi essa investigação interna que moldou a mulher que ela é hoje.
"Eu não queria ir para o túmulo sem saber que eu era o amor da minha vida."
Essa jornada, explicou, exigiu muito mais do que talento ou disciplina. Exigiu desaprender. Abandonar o instinto de se adaptar. Viola contou que ou boa parte da vida tentando caber num molde que não a comportava: "Sendo uma mulher negra de pele escura, com nariz largo, lábios grandes, não consigo contar quantas pessoas já entraram na minha vida dizendo: 'Viola, você sabe que não é bonita, né?'" A fala não veio com rancor. Veio com a tranquilidade de quem transformou dor em lucidez. "Quando você entrega seu significado e quem você é nas mãos dos outros, você deixa de pertencer a si mesma."
Ela contou que, por muito tempo, tentou ser outra: mais magra, mais branca, mais suave. "ei anos demais entrando em ambientes tentando ser aquela garota branca magra com cabelo loiro, tentando deixar minha voz mais aguda." A pergunta que mudou tudo foi simples e profunda: Por que você está fazendo isso? "Tudo volta para o sentimento de não se sentir digna", concluiu.
Mentalidade de fênix 3047c
Entre memórias de fracassos e relações mal-resolvidas, Viola revelou que não tem medo de cair. "Eu desmorono. É como se eu morresse um pouco." Mas é nesse colapso que ela aprende. "Acho que é importante ter uma morte interna. Por isso digo que é como a fênix: a fênix morre e depois renasce." Essa metáfora guiou sua fala: entre uma perda e outra, ela se reconstrói. E o ciclo nunca termina.
"Ou eu ganho, ou eu aprendo."
Falou também da mulher que se tornou. Embora tenha, hoje, uma produtora sediada em Salvador, a Ashé, e a produtora JuVee Productions, ela nunca sonhou com negócios. "Nunca quis ser empresária, por isso me tornei atriz", riu. A ideia de um trabalho formal, de terno e mesa, o que ela imaginou ser o empreendedorismo, nunca a seduziu. Mas aprendeu a redefinir. "Aliás, redefini muitas coisas na minha vida."
Tendo feito sucesso em A Mulher Rei (2022) e o recém-lançado G20 (2025), o que vem a seguir para Viola Davis? "Veja bem, eu quero tudo", respondeu, sem hesitar. "Tudo" pode ser um novo filme, um livro, uma viagem só com a filha, ou até uma temporada morando fora. "O que eu posso te dizer é o que estou fazendo para conseguir mergulhar nesses objetivos: estou respondendo ao meu chamado para a aventura."