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'Nosso cabelo carrega nossa história': jovem comenta demissão por usar tranças 6x2q64

Vendedora afirma ter sido pressionada a retirar tranças e demitida por "não se encaixar no perfil" da empresa em Maceió 2b143k

22 mai 2025 - 18h41
(atualizado às 23h35)
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Resumo
Jovem em Maceió denuncia racismo após ser demitida por usar tranças no trabalho, relatando humilhações e discriminação por parte de uma superior; caso foi registrado em boletim de ocorrência.
Gabriela Barros, de 21 anos, já teve tranças mais curtas e hoje usa tranças longas
Gabriela Barros, de 21 anos, já teve tranças mais curtas e hoje usa tranças longas
Foto: Arquivo pessoal/Arquivo pessoal

A modelo e vendedora Gabriela Barros denunciou nesta quinta-feira, 22, em entrevista ao Terra Agora, um caso de racismo que afirma ter sofrido no ambiente de trabalho em Maceió (AL). De acordo com ela, sua demissão de uma empresa de consórcios foi motivada pelo uso de tranças e por uma série de constrangimentos praticados por uma superior. 574s6k

"Na primeira vez, eu tinha colocado uma trança bem pequena e ei só um dia com essa trança. Coloquei para um evento. Era uma trança nagô, mais desenhada. Como eu precisava muito do emprego, eu tinha muitas dívidas, eu deixei para lá e acabei retirando do cabelo", relatou Gabriela, sobre um episódio ocorrido em novembro de 2024.

Segundo ela, a abordagem naquela ocasião foi mais sutil. Mas a situação se agravou meses depois, em março, quando voltou a usar tranças. "Ela me chamou de canto e disse que eu tinha dois dias para tirar as tranças. Ela disse que não era padrão da loja, que era cabelo de pessoas hippies e que se fosse necessário ela até poderia me ajudar a tirar as tranças. Fiquei totalmente abalada."

Gabriela afirma que decidiu manter o penteado. Após o prazo, voltou a ser repreendida. "Foi aí que consegui gravar pela primeira vez ela falando que me deu prazo para tirar e se chegasse com tranças novamente no trabalho, ela iria me mandar para casa. No outro dia, cheguei com minhas roupas normais e meu cabelo trançado e ela me mandou para casa."

A funcionária conta ainda que a situação foi exposta diante dos colegas. “Inclusive, dessa vez, ela me chamou na frente de todo mundo, dizendo para que eu voltasse para casa, arrumasse o cabelo e voltasse para a empresa. Me senti humilhada.”

Gabriela diz ter questionado a gestora em uma nova conversa. "Ela falou que não tinha o perfil social, que ela entendia que era minha cultura, mas que mesmo assim não aceitava. Que não era perfil da empresa dela. Ela inclusive me comparou com uma funcionária branca. Se eu tivesse o perfil social de fulana, ela permitiria que eu usasse as tranças."

Única pessoa preta da equipe, Gabriela afirma que se sentiu sozinha. "Acho que ficaram com medo ou acharam que era uma besteira. Porque não entendem. Ninguém falou nada."

Ela registrou um boletim de ocorrência e pretende seguir com a denúncia. "Já abri um B.O. Eu realmente espero que ela seja responsabilizada pelo que ela fez. Foi racismo. Houve danos morais. Eu fiquei com muita ansiedade. Eu não sabia como voltar para a sala e ainda assim tive que cumprir o aviso prévio."

"Foi uma situação muito humilhante", desabafou. “Nosso cabelo carrega muita história, não é um penteado apenas. Ele é cultura. Ele é ancestralidade. É a nossa história.”

Fonte: Redação Terra
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