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Entrevista: Into the Fire mistura sobrevivência e narrativa intensa 1l6565

Conversamos com os criadores de Into the Fire, o novo jogo dos desenvolvedores de The Invincible, que une ação, tempo real e drama. 2s4m2e

2 jun 2025 - 07h59
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Into The Fire
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Foto: Reprodução

Os vulcões não esperam. E tampouco a narrativa intensa e estilizada de Into the Fire, novo jogo do estúdio polonês Starward Industries, conhecido por The Invincible. Nesta entrevista exclusiva, conversamos com Maciej Dobrowolski (CMO - Chefe de Marketing), Wojciech Ostrycharz (Diretor de Jogo) e Olga Piech (Roteirista) sobre a criação desse survival atmosférico que mistura ação frenética com introspecção emocional, tudo em meio a erupções, ruínas e escolhas morais. 626t5h

Mais do que um simples jogo de sobrevivência, Into the Fire é uma experiência intensa que convida o jogador a lidar com o tempo, o trauma e a tensão em um mundo onde ciência e superstição colidem. Do nome inspirado à estética retrofuturista, cada elemento foi cuidadosamente projetado para te jogar — literalmente — no fogo.

Game On - A decisão de mudar o nome do jogo de Dante’s Ring para Into the Fire certamente chama atenção. O que motivou essa mudança, e como o novo nome reflete melhor a experiência que vocês querem entregar aos jogadores?

Maciej Dobrowolski, CMO - Dante’s Ring sempre foi um título provisório — evocativo, mas no fim das contas, muito enigmático e literário para o que estamos construindo. Queríamos um nome que capturasse a urgência da experiência: o perigo, o mergulho, a carga emocional. Into the Fire faz exatamente isso. Ele remete à sobrevivência literal contra vulcões, mas também à jornada psicológica — caminhar rumo ao caos, à memória, à verdade. É um título que você sente nos ossos.

Game On - Into the Fire parece misturar ação, sobrevivência e elementos de arcade, tudo dentro de um cenário denso e atmosférico. Como vocês equilibraram a jogabilidade frenética com uma narrativa cheia de mistérios?

Wojciech Ostrycharz, Diretor de Jogo - Nossa abordagem foi tratar narrativa e gameplay como extensões do mesmo instinto de sobrevivência. O ritmo pode ser frenético — você está desviando de fluxos piroclásticos ou correndo contra terrenos que desabam — mas o mundo nunca para de sussurrar seus segredos. Queríamos que cada momento de calma fosse conquistado, e que cada detalhe nas ruínas contasse um fragmento de uma história maior. O mistério se revela entre as missões, por meio de pistas ambientais, diálogos com sobreviventes e silêncios significativos. É um jogo que respira entre os batimentos.

Into The Fire
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Foto: Reprodução

Game On - Um dos aspectos mais intrigantes do jogo é seu arsenal retrofuturista. Como surgiu a ideia de misturar equipamentos inspirados em combate ao fogo com elementos quase fantásticos? Houve referências diretas a figuras ou obras da vida real?

Wojciech Ostrycharz, Diretor de Jogo - A ideia original veio do desejo de combater o fogo com mais do que apenas água — criar ferramentas que parecessem inventivas, improvisadas e reaproveitadas. Imaginamos o que um vulcanologista ou engenheiro de campo construiria se ficasse preso durante uma erupção com restos de tecnologia antiga e uma mente brilhante. Para dar base a essa fantasia, lemos revistas científicas do início do século 20, analisamos invenções reais da vulcanologia em arquivos antigos e estudamos como pesquisadores usavam criatividade muito antes da tecnologia moderna. O estilo retrofuturista nos permitiu criar gadgets ao mesmo tempo plausíveis e imaginativos: espumas químicas, projéteis movidos a pressão, iscas sísmicas. William, nosso guia de cerca de 70 anos, é uma homenagem a essas mentes esquecidas — improvisadores, sobreviventes, engenheiros do impossível.

Game On - O uso do tempo como recurso é bastante instigante. Em jogos de sobrevivência, o tempo costuma ser um fator implícito. Por que torná-lo uma mecânica central aqui, e como isso muda a abordagem dos jogadores a cada missão?

Wojciech Ostrycharz, Diretor de Jogo - Porque, em uma zona vulcânica, o tempo não é abstrato — é sobrevivência. As erupções escalam, rotas colapsam, o oxigênio se esgota. Queríamos que os jogadores sentissem essa tensão sem depender de barras de vida ou de estamina. O tempo governa tudo: seus resgates, suas buscas por recursos e até suas decisões morais. Você salva uma pessoa agora ou se arrisca para salvar duas mais à frente? Quanto mais tempo você permanece, mais o mundo se volta contra você — mas também, maiores as chances de descobrir algo importante. É uma a de pressão, e o tempo é o vapor.

Game On - Há uma inspiração explícita nas obras de Ryszard Kapuściński. Como os escritos do jornalista influenciaram o tom, o cenário e talvez até o protagonista do jogo? Podemos esperar momentos mais reflexivos em meio ao caos?

Olga Piech, Roteirista - O trabalho de Kapuściński é uma referência essencial para nós. Sua capacidade de capturar histórias humanas em meio a conflitos — guerras, revoluções, desastres naturais — ressoa profundamente com o que estamos tentando fazer. Nosso protagonista não é um soldado nem um super-herói. É um operador de campo com um ado complicado, jogado em uma zona de crise cercado por pessoas com verdades diferentes. Queríamos que o tom narrativo refletisse a mistura de observação, humildade e iração silenciosa típica de Kapuściński. Sim, o jogo é caótico, mas há momentos — em abrigos, nas ruínas, nos sonhos — em que o mundo desacelera e nos convida a refletir sobre esperança e a essência da humanidade.

Game On - Vocês mencionaram que o jogo entrará em o Antecipado ainda este ano. Qual será o escopo dessa versão inicial? Ela incluirá a história principal ou focará mais na jogabilidade e testes de mecânicas?

Maciej Dobrowolski, CMO - A versão de o Antecipado incluirá os sistemas centrais de jogabilidade — como missões baseadas em tempo, diferentes formas de locomoção, combate contra o fogo e crafting — além do início do arco narrativo.

Os jogadores terão o à zona central, várias missões reativas geradas proceduralmente e alguns fios narrativos mais profundos ligados à história principal. Haverá personagens para conhecer, mistérios para tocar e decisões para tomar. Mas também queremos desenvolver em conjunto com a comunidade — ajustar, refinar e até reformular elementos com base no retorno dos jogadores. O o Antecipado é o nosso convite para que todos entrem conosco no fogo.

Into The Fire
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Foto: Reprodução

Game On - O estilo visual de Into the Fire se destaca de imediato por ser estilizado e carregado de tensão. Como vocês chegaram a essa direção artística? Quais foram as inspirações visuais para essa estética tão única?

Wojciech Ostrycharz, Diretor de Jogo - Queríamos uma estilização que evocasse sensações mais do que realismo — uma espécie de sonho febril lúcido em movimento. Nossa paleta é rica, porém queimada, com sombras densas e rajadas de luzes antinaturais. Nos inspiramos em ilustrações científicas vintage, no cinema de catástrofe dos anos 1970 e em filmagens arquivadas de vulcões.

Também há muita influência de graphic novels — traços pesados, silhuetas dramáticas, texturas sobrepostas. Queríamos que o mundo parecesse danificado, mas vivo, sempre sendo moldado por fogo e mito. Um lugar onde ciência e superstição colidem — e onde nunca se sabe ao certo o que é real.

Game On - Por fim, vocês trabalharam anteriormente no ambicioso The Invincible. Como essa experiência impactou o desenvolvimento de Into the Fire? Foi mais fácil criar algo novo depois de tanto sucesso — ou ainda mais desafiador?

Wojciech Ostrycharz, Diretor de Jogo - The Invincible nos ensinou o poder da construção de mundo e do foco narrativo. Também nos mostrou o peso emocional que os jogadores carregam em experiências guiadas pela história. Mas Into the Fire é uma criatura diferente — mais cinética, mais responsiva ao jogador, mais reativa. Aplicamos o que aprendemos sobre ritmo, imersão e profundidade temática em um sistema de gameplay que nunca para. Em certos aspectos, foi mais difícil. Sempre há a tentação de repetir o que já funcionou. Mas queríamos fogo, não ecos. Então deixamos a segurança para trás e caminhamos direto para o calor. É aí que mora o melhor material.

Entre explosões vulcânicas e silêncios carregados de significado, Into the Fire promete ser um dos títulos mais originais e provocativos do ano. Com previsão de entrada em o antecipado ainda em 2025, o jogo já demonstra fôlego narrativo e ambição técnica de sobra, sem abrir mão da alma indie.

Se você procura uma experiência que equilibra risco e reflexão, caos e calma, vale a pena ficar de olho. Como disse a própria equipe: “Queríamos fogo, não ecos.” E parece que encontraram o centro do vulcão criativo.

Fonte: Game On
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