‘A Viagem’ teve 3 atrizes que haviam perdido filhos e encontraram conforto na mesma religião 35461d
Novela tem mais audiência do que a antecessora ‘Tieta’ na atual reprise no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ 2f6b58
A morte de um filho é uma dor que nunca se mede, um vazio que nunca se preenche. Em ‘A Viagem’, atualmente reprisada com sucesso de audiência nas tardes da Globo, acompanharemos em breve a tristeza profunda de dona Maroca (Yara Cortes) após enterrar seu caçula Alexandre (Guilherme Fontes). c6w62
O luto da personagem representa o que viveram profundamente três atrizes da novela. Elas perderam filhos homens em diferentes circunstâncias.
Christiane Torloni estava afastada da TV e morando em Portugal quando recebeu o convite para interpretar Diná. O recolhimento havia ocorrido para enfrentar a morte do filho Guilherme, de 12 anos, que era gêmeo de Leonardo.
Os três estavam num veículo quando ela perdeu o controle da direção ao fazer uma manobra na garagem de casa. Houve a queda de um barranco e o menino sofreu traumatismo craniano. A tragédia aconteceu em 1991, três anos antes de ‘A Viagem’.
Outra artista do elenco, Nair Bello, a Cininha, também perdeu um filho devido a um acidente com carro. Em 1975, Manoel Francisco Neto, de 20 anos, bateu numa árvore, ficou em coma e morreu dias depois.
A terceira mãe de ‘A Viagem’ a enfrentar o luto por um filho foi Ana Rosa. Ela participou da primeira versão da novela em 1975. Sua personagem, Carmem, era uma médium que orientava as pessoas.
Catorze anos antes, ela havia perdido o filho Maurício, vítima de leucemia aos 2 anos. Em 1995, pouco depois do fim do remake, ela se despediu da filha Ana Luísa, de 19 anos, morta em atropelamento.
Além da aflição, Christiane Torloni, Nair Bello e Ana Rosa tiveram algo em comum ao viver a mesma experiência de luto: o amparo no Espiritismo, justamente a religião mostrada na novela.
Assim que soube da morte do filho de Torloni, o cantor português Roberto Leal pesquisou seu endereço e enviou um exemplar de ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’, da autoria do médico francês Allan Kardec, maior divulgador da doutrina. A leitura ajudou a atriz nos piores momentos do luto.
Dois anos após a partida de Manoel, Nair foi até Uberaba para se encontrar com o maior líder dos espíritas, Chico Xavier. Recebeu uma carta psicografada, com detalhes que só mãe e filho sabiam. A mensagem serviu de conforto à artista, que se tornou espírita.
Ana Rosa não era espiritualista quando encontrou Chico Xavier antes das gravações da 1ª ‘A Viagem’. Acompanhada de uma equipe da Globo, ela foi em busca de orientação para fazer bem o seu papel de mentora. O médium ou instruções e previu que a novela seria um sucesso.
Duas décadas mais tarde, a atriz se reaproximou da doutrina ao buscar amparo para ar a morte da filha. Converteu-se e ou a ser importante divulgadora da doutrina na mídia e no meio artístico.
Desde 1997, ela estrela temporadas e turnês do espetáculo ‘Violetas na Janela’, adaptado de um best-seller, a respeito das experiências do espírito de uma jovem que desencarnou aos 19 anos num acidente de trânsito, situação semelhante à de Ana Luísa, filha da atriz.
Sempre que é reprisada (esta é a 5ª vez), ‘A Viagem’ provoca o aumento da venda de livros de conteúdo espírita. No ar no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ desde 12 de maio, a novela está com 17 pontos de média, excelente índice para o horário.
Sensível e comovente, o roteiro da autora Ivani Ribeiro (amiga de Chico Xavier) agrada aos saudosistas e conquista fãs da nova geração, independentemente de ter ou não alguma crença.
