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Paulo Ricardo celebra 40 anos de carreira com turnê e reflete sobre trajetória, futuro e censura na ditadura 1i352u

Artista revisita repertório, lança EP inédito e comenta mudanças na cena musical brasileira 3x732a

11 jun 2025 - 09h41
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Paulo Ricardo em foto exclusiva para a Rolling Stone Brasil
Paulo Ricardo em foto exclusiva para a Rolling Stone Brasil
Foto: Bella Pinheiro / Rolling Stone Brasil

A nova turnê de Paulo Ricardo, intitulada XL, estreia nesta sexta, 13, no Teatro Bradesco, em São Paulo, e marca as quatro décadas de carreira do cantor, compositor e ex-vocalista do RPM. O espetáculo será apresentado em diversas cidades do país ao longo do segundo semestre e mescla sucessos, lados B, trilhas de novelas e homenagens visuais. 2fcq

Em entrevista à Rolling Stone Brasil, o artista explica que o nome XL faz referência ao número 40 em algarismos romanos, mas também carrega o duplo sentido de extra-large.

"Esse próximo show provavelmente vai ser o maior que eu já fiz, para poder acomodar 40 anos de carreira e de música. Ele tem esse duplo sentido. Por enquanto é um sonho, com vários 'sonhozinhos' dentro — músicas que eu sonhava em fazer ao vivo, reconquistas, como o primeiro lugar nas paradas em 2025, e feats como o que fiz com [Rogério] Flausino", afirmou Paulo.

A seleção do repertório da turnê foi construída com apoio dos fãs, a partir de enquetes nas redes sociais. Músicas pouco exploradas nos palcos, como "Só Me Fez Bem", do disco O Amor Me Escolheu, e a trilha do filme Spirit - O Corcel Indomável (2002), foram resgatadas especialmente para o show.

"Muitas enquetes, porque tudo que a gente faz é para o público. Não me baseei só no óbvio, nem só no meu gosto. Quis saber o que as pessoas queriam ouvir das músicas que a gente não toca há muito tempo", contou.

A faixa do filme de animação, lançada originalmente em 2002 e adaptada por Paulo Ricardo para a versão brasileira, será interpretada ao vivo pela primeira vez.

Foi um pedido muito específico do público. Essa música de Spirit — que é favorita dos fãs — eu nunca cantei na vida, a não ser para gravar as músicas do filme. Nunca tinha feito ao vivo, e agora vou cantar pela primeira vez em 40 anos de carreira.

Apesar da proposta comemorativa, o artista evita o tom puramente nostálgico: "Eu não queria que os 40 anos fossem celebrados só com um olhar retrospectivo. Queria estar com uma coisa nova, com força, contando para o futuro. Esse show é como se fosse uma exposição musical de todas as fases da minha vida, mas sempre conectadas ao presente."

Censura e a reapropriação da palavra "revolução" 1l5a67

Durante a conversa, Paulo Ricardo também resgatou a história por trás da censura à faixa "Revoluções por Minuto", lançada ainda no contexto de transição pós-ditadura.

"Foi uma surpresa. Não aconteceu quando a canção saiu no single, mas sim quando o álbum foi lançado. A palavra 'revolução' era usada pelos próprios militares para se referir ao golpe de 1964. Eles tentaram roubar essa palavra, e nós roubamos de volta. Nunca deixaram de tocar a música, mas apareceu uma tarja de censura na contracapa do disco."

O episódio, segundo ele, simboliza a resistência de uma geração e a permanência de vícios mesmo após o fim formal da repressão.

Paulo Ricardo em foto exclusiva para a Rolling Stone Brasil
Paulo Ricardo em foto exclusiva para a Rolling Stone Brasil
Foto: Bella Pinheiro / Rolling Stone Brasil

Do ado de jornalista à cena musical atual 54r63

Antes de integrar o RPM, Paulo Ricardo foi crítico musical da revista Som Três. Décadas depois, ele segue atento às transformações da música brasileira — especialmente do rock, gênero que ajudou a popularizar no país. No papo com a Rolling Stone Brasil, o artista foi questionado sobre o esvaziamento do rock nas paradas e a ascensão de outros estilos, como pop e hip hop.

"Eu não queria plagiar o Lenny Kravitz e dizer que 'rock and roll is dead', mas o rock realmente não sobreviveu à virada dos anos 2000. No Brasil, acho que a última geração foi a dos anos 2000 mesmo — NX Zero, Fresno, Tihuana. Hoje o pop vai muito bem, o hip hop amadureceu e tem linguagem própria. O rock virou mais uma atitude do que um som."

Ele também comentou sobre a dificuldade de surgirem novas bandas e apontou os desafios práticos e econômicos que explicam esse cenário atual.

Uma banda é cara. Uma guitarra boa, um amplificador, tudo custa muito. Enquanto isso, um garoto criativo com um laptop faz um disco inteiro. No final, o que importa é tirar um som — e hoje, tudo está ali, ao alcance.

Segundo Paulo Ricardo, a facilidade de o a softwares, samplers e instrumentos virtuais criou uma nova lógica de produção musical — mais ível, imediata e digital. Embora veja com entusiasmo a popularidade do pop nacional e do rap, ele lamenta que o formato banda tenha se tornado economicamente inviável para muitos jovens artistas.

Novo EP, Reinventar, e músicas inéditas no setlist 5t5i5c

Além da turnê, Paulo Ricardo lançou no dia 28 de maio de 2025 o EP Reinventar, que reúne seis faixas inéditas e já está disponível nas plataformas de streaming.

Poucas coisas se comparam ao prazer de uma nova canção que você termina. O sucesso, na origem, é você concretizar o que queria. E eu tô muito feliz com essa sensação de estar olhando para frente — com uma nova música, com uma nova ideia, com um novo show.

Algumas das músicas do EP já estarão no repertório da turnê XL, que ará por cidades como Campinas, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Belém. A agenda completa pode ser consultada em linktr.ee/pauloricardooficial.

+++LEIA MAIS: Homem com H, cinebiografia de Ney Matogrosso, ganha data de estreia no streaming

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